Bem Vindo!

"Este blog nasceu como requisito da matéria de Seminário de Integração I, ministrada pelo professor Felipe Aço. O objetivo do blog é o de levar à público nossas experiências e elaborações em sala de aula, tornando assim, possível a interação e integração dos grupos, aflorando ideias e pontos de vista que muitas vezes não se manifestam em sala de aula".
Somos estudantes do 5º semestre do curso de Psicologia, com faixas etárias distintas. Acreditamos que os nossos caminhos não se cruzaram por acaso. Aprendemos muito uma com a outra e o convívio diário nos leva a uma leitura da realidade, a qual compartilhamos e nos induz a sairmos da zona de conforto, de forma desafiadora, e é nesse momento que também surgem divergências para as quais tentamos encontrar um equilíbrio e colocar em prática a constante aprendizagem integrando de certa forma as nossas vidas.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Aula do dia 10 e 13.06.2011

Psicologia Transpessoal e Stanislav Grof
Pesquisa site: trans-feno.blogspot.com/.../psicologia-transpessoal-stanislav-grof.html

A Psicologia Transpessoal visa integrar os conceitos da ciência ocidental com as filosofias orientais. Considera a espiritualidade um aspecto fundamental do humano, sem a qual pode-se viver de uma maneira bastante doente, tanto individual quanto coletivamente.
De uma maneira geral, o que a Transpessoal tem a trazer de novo é uma noção de que o ser humano é multi-determinado. Não somos apenas aquilo que a nossa história pessoal nos moldou , nem somos apenas o que o ambiente nos condicionou. Também não somos apenas seres que tem instintos, valores, crenças, razão e emoção, e que vivem numa luta constante em busca de equilíbrio. Somos tudo isso, sem dúvida![Quebra Suave]Somos também seres que estão ligados a uma inteligência ou consciência muito maior e mais complexa do que a humana. O que também nos determina ou influencia é uma ligação com essa consciência. Tal conexão não é condicionada por nossa criação ou educação. A ausência de sentimento de tal conexão pode levar uma pessoa a se tornar viciada em substâncias tóxicas, em comportamentos obsessivos, a ser extremamente ansiosa, entre outras coisas.
Fazemos parte de um contexto maior do que o humano. Somos parte de um ecossistema de seres que também são dotados de consciência, como os animais, plantas, processos físicos e químicos dos quais muitas vezes não temos o conhecimento de como ou por quê acontecem. 
Essa visão ampliada está cada vez mais se mostrando verdadeira e cientificamente comprovada, ao mesmo tempo que modifica ligeiramente aquilo que se entende por rigor científico. Aquilo que antes era considerado impossível de ser replicado, atualmente é mais aceito de ser incluído na lista do que se compreende como Ciência. Por exemplo, experiências místicas ou religiosas com potencial curativo, e integrador. Estudos sobre paranormalidade, levando em conta aspectos qualitativos, que ultrapassam e ampliam a zona de normalidade previamente estabelecida.
Espiritualidade não é o mesmo que religião, não segue doutrinas e não necessita de templos. Seus parâmetros de saúde e bem-estar são ampliados, no sentido de ver o ser humano um ser capaz de se auto-realizar e ter acesso a experiências transcendentes, profundas e transformadoras.
A seguir alguns conceitos da visão transpessoal de Stanislav Grof: 
A consciência não se restringe ao Ego e ao inconsciente individual, não é restrito as experiências pessoais e fantasias inconscientes. Existem também os Domínios Perinatal e Transpessoal. Todos esses domínios são acessíveis a qualquer pessoa sem o uso de drogas, a partir de técnicas de meditação, de práticas de alteração de consciência. 
Tais domínios não seguem uma ordem linear rígida. Metaforicamente, cada nível representa uma oitava musical de causalidades, daquilo influencia o modo de estar no mundo. Nem todas as causas se restringem ao dominio biográfico, à história pessoal. Existem também causas perinatais e transpessoais, que operam ao mesmo tempo que as causas biográficas, a todo momento na vida das pessoas, não apenas em estados ampliados de consciência. Porém, a transformação e cura da consciência só acontece em estados ampliados da categoria holotrópica.
Há dois modos de consciência: Hilotrópico e o Holotrópico. Ambos são importantes e essenciais, nenhum é preferível em detrimento de outro.
O hilotrópico é o modo orientado para a matéria, a realidade material, tempo e espaço determinados na ordem cronológica, espaço tridimensional, corpo físico biológico. É a realidade vivida no cotidiano.
O modo holotrópico é um modo orientado para a totalidade, transcendência dos limites espaciais, temporais, de identidade individual. É a realidade experimentada nos estados ampliados de consciência, onde pode se vivenciar alteração da temporalidade (alteração da duração do tempo, expansão ou retração, voltar ou avançar no tempo), da espacialidade (expansão ou retração, perda de limites) e da identidade (identificação com outras pessoas, parentes próximos ou distantes, pessoas em outras épocas e lugares, identificação com arquétipos, entidades e seres de outras realidades, identificação com outros seres vivos - animais, vegetais e minerais, identificação com fenômenos da natureza, processos biológicos, consciência dos processos biológicos do próprio corpo de maneira precisa). 
Uma característica dos estados holotrópicos de consciência é que podemos experienciar do ponto de vista subjetivo aquilo que, no estado hilotrópico, são percebidos de maneira objetiva. Por exemplo, somos capazes de termos a experiência de sermos um animal, algum tipo de planta, um membro de outra cultura distante no tempo e no espaço, do ponto de vista deles. Nos tornamos e nos identificamos, sabemos e sentimos exatamente como é ser tal ente do mundo. 
Uma vida exclusivamente holotrópica pode ser um problema, as barreiras individuais podem se mostrar ilusórias, podemos nos identificar com outras coisas e pessoas (que no modo hilotrópico são vistas como objetos, mas no holotrópico são vivenciadas como sujeito), podemos perceber o tempo expandido ou retraído, o espaço alterado, podemos ficar muito mais sensíveis às situações e às outras pessoas. Ficamos incapazes de nos concentrarmos nas preocupações materiais, nas responsabilidades cotidianas, na rotina, até mesmo em nos alimentarmos ou nos lavarmos.
Viver apenas no modo hilotrópico significa viver uma vida sem muito sentido, pois nos vemos como seres que nascem, vivem, se alimentam, relacionam, trabalham e se reproduzem e morrem. Vivemos num mundo exclusivamente material, a consciência é mero produto do cérebro, de reações químicas e alterações de substâncias no corpo. Podemos lembrar do passado com relativa facilidade, planejar e fantasiar sobre o futuro, e estarmos presentes. Mas o tempo costuma ser uma mudança constante: o presente se tornando passado e do futuro se tornando presente. 
O importante é haver um equilíbrio entre os dois modos, saber estar com um pé em cada modo, alternar entre eles. Ficar preso ou estático em apenas um dos modos é estar doente. Estar preocupado apenas com as coisas materiais, possuir, consumir, arrumar, organizar, ganhar e acumular, por exemplo, pode fazer uma pessoa ser extremamente materialista, neurótica e incapaz de ver um sentido na vida sem possuir ou fazer as coisas que existem no mundo. Por outro lado, estar imerso no holotrópico, na dimensão numinosa da vida, sem conseguir lidar com os aspectos práticos da vida é complicado, e dificulta a continuidade da mesma.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores

Geraldo Vandré

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

terça-feira, 7 de junho de 2011



"Bullying"




A palavra bully de origem inglesa que tem como tradução valentão, tirano, brigão. Seu substantivo, o bullying significa o conjunto de atos de violência física e psicológica intencionais e repetidos praticados por um indivíduo (bully) ou por um grupo de indivíduos (bullies) com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo. No Brasil não usamos um sinônimo da palavra, como zoar, por exemplo, porque o termo já é conhecido mundialmente para explicar o fenômeno. Muitos países da Europa já possuem pesquisas e trabalhos preventivos no assunto, porém no Brasil ainda são poucos mas parecem estar crescendo com o aumento de divulgação da mídia e campanhas de ONGs que já existiam antes da tragédia do Realengo em abril de 2011. Sendo assim, o ocorrido na escola do Rio de janeiro contribuiu para os brasileiros ficarem atentos sobre esta violência e começar a combatê-la.
"Psicologia Transpessoal"
A Psicologia Transpessoal pode ser chamada de a quarta força da psicologia. Surgiu em 1967 e veio da união de vários teóricos e correntes de pensamento da época que buscavam entender e explicar através da psicologia, medicina, ciências exatas ou naturais (física, química, etc) e religiões os estados alterados de consciência, o Eu superior, o além do ego e do self, a transcendência e a espiritualidade. Desta forma todos os pesquisadores que sentem afinidade com esta forma de explicação buscam trazer a cientificidade para estes acontecimentos da experiência humana. Alguns nomes importantes da humanidade que desenvolveram ou desenvolvem tal área de conhecimento:
Abraham Maslow, Carl G. Jung, Viktor Frankl, Fritjof Capra, Ken Wilber e Stanislav Grof, Amit Goswami, Anthony Sutich, Carl Rogers, Carlos Antonio Fragoso Guimarães, Frances Vaughan João Bernardes da Rocha Filho, Pierre Weil, Roberto Assagioli, Roger N. Walsh.
“COACHING”

Achamos que as colegas foram “muito criativas” em trazerem este tema para a sala de aula, devido ao fato de ser muito abordado no que tange a área empresarial e por estar diretamente relacionado a “pessoas” que serão a “matéria prima” primordial no exercício da nossa profissão. Pelo nosso entendimento o “coaching” é o processo de equipar as pessoas com as ferramentas, o conhecimento e as oportunidades de que precisam para se desenvolver e se tornar mais efetivas e eficazes. Coaching em português significa treinador, treinar no intuito de instruir a carreira profissional. Os coaches não desenvolvem pessoas, apenas dão condições para que elas se auto desenvolvam. Raramente teremos tempo para nos envolvermos com cada aspecto do desenvolvimento. E, raramente teremos todas as informações, habilidades e a sabedoria de que alguém pode precisar para garantir o desenvolvimento. Felizmente, não há necessidade de ser perfeito para ser um coach efetivo. Pelo contrário, é necessário entender o papel como um catalisador do desenvolvimento. O coaching é um processo contínuo, não uma conversa eventual ou um acontecimento isolado, conforme foi tão bem colocado pela palestrante. O líder coaching pode se comparar com um maestro, que em alguns momentos trabalha com apenas um integrante, em outros orienta todos à distância e, em outros, corta os vínculos para que possam se desenvolver em áreas completamente fora do seu contexto. É de fundamental importância levar as pessoas a aprenderem e as treinar regularmente, ajudá-las a canalizar sua paixão pela aprendizagem para as melhores oportunidades e harmonizar a participação delas e dos demais integrantes da organização. Conseguimos nos imaginar dentro deste contexto de “treinamento de pessoas” e pensamos ser algo realmente muito instigante e desafiador!
“TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLAINE”

O trabalho dos colegas nos fez relembrar que o Borderline é um transtorno de personalidade que traz sérias consequências para a pessoa portadora, seus familiares e seus amigos próximos. O termo "fronteiriço" se refere ao limite entre um estado normal e um quase psicótico, assim como às instabilidades de humor. Através da explanação dos colegas percebemos que o tratamento exige paciência, persistência, disciplina e muito boa vontade por parte do terapeuta. Não é uma terapia fácil. O que acontece "na vida real" acontece dentro do consultório: instabilidade, alternância de amor e ódio, idealização e desapontamento com o terapeuta, sedução, impulsividade, etc. Patologicamente podemos dizer que a pessoa portadora de Personalidade Borderline, embora seja bem menos perturbada que os psicóticos, são muito mais complexas que os neuróticos, embora não apresentem deformações de caráter típicas das personalidades sociopáticas. Na realidade, o Borderline tem séria limitação para usufruir as disponibilidades de opção emocional diante dos estímulos do cotidiano e, por causa disso, pequenos estressores são capazes de enfurecê-lo. São indivíduos sujeitos a acessos de ira e verdadeiros ataques de fúria ou de mau gênio, em completa inadequação ao estímulo desencadeante. Essas crises de fúria e agressividade acontecem de forma inesperada, intempestivamente e, habitualmente, tem por alvo pessoas do convívio mais íntimo, como os pais, irmãos, familiares, amigos, namoradas, cônjuges, etc. Embora o Borderline mantenha condutas até bastante adequadas em grande número de situações, ele tropeça escandalosamente em certas situações triviais e simples. O limiar de tolerância às frustrações é extremamente susceptível nessas pessoas. Achamos ter sido muito importante relembrarmos o conteúdo referente a este transtorno. Foi um momento de reflexão!
“ESTÁDIO DO ESPELHO DE LACAN”
Percebemos que o trabalho trouxe elementos para facilitar a leitura do “Estádio do Espelho” como formador da “função do EU”, mostrando o fenômeno pelo qual a criança reconhece a sua imagem no espelho, o qual se dá por volta dos seis meses. E é através do movimento que se produz entre a criança e a sua imagem refletida no espelho que se constituirá um EU unificado. Ao retirar o espelho, a criança desaparece, e a imagem virtual, inexistente como realidade, lhe serve como primeira identificação de um “si mesma”. Nesta imagem a criança se aliena, fazendo deste EU a sede do desconhecimento. O EU é efeito de uma imagem, efeito psíquico de uma imagem virtual de si, que “o” produz; uma imagem que vem colocar ordem no caos sensorial. O estágio do espelho foi mostrado como matriz simbólica da constituição do EU, desenhando um primeiro esboço da subjetividade, apesar de ser este, um Eu imaginário, desconhecido. A partir deste momento a criança esquece que é sustentada e olhada pela mãe, para poder se ver por um momento como integrada. A criança experimentará uma tensão frente a imagem que o espelho lhe devolve. Em relação aos pais, passa a ter duas imagens, a do espelho e a deles próprios, mas de si própria só dispõe de uma imagem que é a do espelho. A imagem do corpo no espelho opera como disparador da libido que circula do corpo à imagem, proporcionando uma lenta organização do orgânico. Portanto, conforme mostrado pelos colegas, “Lacan se opõe a todas as teorias tradicionais que concebem o EU como sistema de percepção-consciência e deixa o EU no lugar da alienação e do desconhecido. Lacan não pretende reforçar este EU, consolidá-lo, fortificar a muralha na qual ele fica alienado, mas permitir que o sujeito se depare com seu limite”. Adoramos o trabalho dos colegas que nos levou a “pensar o nosso saber”.