O texto “A Representação do Eu na Vida Cotidiana” de Erving Goffman, faz um estudo profundo sobre o conhecimento que o homem tem de si mesmo. O autor passa do público para o privado, abordando o comportamento humano em sociedade e sua forma de manifestação. Sem sair de seu rigor científico, serve-se de uma linguagem teatral, como estrutura de exposição dos conteúdos e transfere esta, para o cotidiano onde diz: “Quando um indivíduo desempenha um papel, implicitamente solicita de seus observadores que levem a sério a impressão sustentada perante eles. Pede-lhes para acreditarem que o personagem que vêem no momento possui os atributos que aparenta possuir, que o papel que representa terá as consequências implicitamente pretendidas por ele e que, de um modo geral, as coisas são o que parecem ser” (pg.25). Mostrando assim, que o homem em sociedade sempre utiliza formas de representação para se mostrar a seus semelhantes, sendo necessário, o meio se adequar ao indivíduo.
Um dos temas relevantes que Goffman trata ao longo do texto é a fundamental importância de possuir um acordo acerca da definição da situação em uma dada interação para manter a coerência. Ele faz uma citação: “Não é provavelmente um mero acidente histórico que a palavra “pessoa”, em sua acepção primeira, queira dizer máscara. Mas, antes, o reconhecimento do fato de que todo homem está sempre e em todo lugar, mais ou menos conscientemente, representando um papel... É nesses papéis que nos conhecemos uns aos outros; é nesses papéis que nos conhecemos a nós mesmos” (pg.27). Dessa forma, associa o caráter em relação à máscara social, onde cada indivíduo tenta se ajustar ao outro, que na verdade é a sua própria personalidade. Nestas interações, as partes envolvidas, público ou atores simultaneamente; os atores normalmente atuam de forma que se sobrepõe a si mesmos e encorajam os outros, por diversos meios a aceitar tal definição.
Goffmann ressalta que quando a definição aceita da situação é desacreditada, alguns (ou todos) atores podem fingir que nada mudou caso acreditem que isso é lucrativo ou manterá a paz. Ele diz: “Conquanto possamos esperar encontrar uma oscilação natural entre cinismo e sinceridade, ainda assim não devemos excluir o tipo de ponto de transição, que pode ser mantido à custa de um ponto de auto-ilusão” (pg.28). O cinismo é então, uma adequação ao espaço para manter a tranquilidade social; e , Goffman declara que esse tipo de atitude acontece em todos os níveis da organização social, dos mais pobres às elites.
No que diz respeito a representação do eu na vida cotidiana, cujo projeto é captar e explicar as estratégias que as pessoas usam a fim de passar delas próprias, uma autoimagem positiva, mediante recursos verbais e principalmente não-verbais, o autor afirma que grande parte do comportamento cotidiano é semelhante ao de atores no palco, sendo que os indivíduos e os grupos estão constantemente representando uns para os outros.
Veja o vídeo abaixo e tire suas próprias conclusões!!!!
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